A Educação é um dos campos que acredito corretos para a ação de um Terapeuta, não somente em função dos acidentes e das necessidades de desenvolvimento infantojuvenis, mas também e talvez principalmente, por causa dos sofridos processos de reorganização aos quais os adultos se veem compelidos em função das estagnações e dores várias que os acometem em suas caminhadas.
O desenvolvimento psicológico de todo ser humano até a maturação física, psíquica e sociocultural é um processo bastante longo onde as vicissitudes não são exceções mas regra.
A educação é um lugar de fronteira entre a ação do Estado e da Família, e no Brasil vemos na Lei de Diretrizes e Bases que a organiza, que essas fronteiras não estão muito bem definidas. Ali interferem muitos, diferentes, diversos e eventualmente divergentes profissionais: pedagogos, psicólogos, médicos, psicomotricistas, educadores físicos. Uma lista longa. É preciso uma atenção razoável: educar e cuidar não é diagnosticar e muito menos descobrir patologias e jogar com os medos dos responsáveis.
Educar é um processo difícil onde existem disponíveis muitos mapas, mas de fato pouca orientação que seja válida e notavelmente útil, uma vez que mesmo seguindo por caminhos coletivos ela é efetivamente uma vivência totalmente pessoal. Não é por tolice ou despreparo que muitos pais se sentem desafiados à exaustão pelas demandas educacionais dos seus filhos. O choque entre as demandas coletivas, as perspectivas pessoais e as culturas familiares é explosivo.
O Psicoterapeuta que atua nesta área deve ser um profissional informado e reflexivo sobre as vias, referenciais e mapas pertinentes a Psicologia do Desenvolvimento, as Dinâmicas de Inserção e Diálogo Socioculturais, as Síndromes onde os caminhos da alma tem a potência de um vir a ser patológico, e especialmente, sobre a Fala, a Narrativa, o Discurso que nos humaniza e manifesta os campos de luta próprios a uma Ética, que seja passível de nos informar e sustentar no oceano do mercado e da produção, até a um mais além.
As teorias aqui são importantes, mas o afeto e a vivência que organiza os afetos são essenciais e as reflexões filosóficas de demarcação e mapeamento, pertinentes.
Por Favor: Sejam Felizes! Celebrem a Vida!